20130922

Victor 5 meses

Assim que o Victor nasceu eu terminei de ler o livro "O bebê mais feliz do pedaço"* e me encantei com o método de Harvey Karp para acalmar o bebê.  Segui todas as dicas e pude desfrutar sem culpa de ter meu bebê nos meus braços pelo maior tempo possível, mas também usei as técnicas para deixá-lo adormecer sozinho no bercinho.

Sendo o segundo filho e tendo a Sandra indo na pré escola apenas 3 vezes por semana, seguir a rotina planejada se tornou um grande desafio. Tentei não me estressar com isso afinal, nesse primeiro momento meu grande objetivo era estimular o vínculo afetivo dos dois e ao mesmo tempo evitar que ela se sentisse muito excluída.

Sempre que possível o colocava para adormecer no berço sozinho. Fazia o charutinho bem apertadinho,   o ninava um pouco e ligava um ventilador no banheiro da suite para deixar um barulhinho que tinha a função de acalmá-lo, mas também de disfarçar os barulhos da irmã. Ficar pedindo para uma criança de 4 anos fazer silêncio porque o irmão está dormindo é perda de tempo. Se ela não fizer barulho porque se distraiu o fará para acordá-lo propositalmente.

Segundo Harvey karpey, nos primeiros 3 meses o barulho não incomoda o bebê, pelo contrário, o acalma, mas após esse período pude observar que simplesmente ouvir a voz da irmã já o deixava todo excitado e por mais que eu quisesse mantê-lo adormecendo no meio do barulho da casa, no bercinho na sala, isso se tornou impraticável. Na verdade, mesmo no quarto, de onde podemos ouvir o barulho da sala já estava mais difícil.

Para complicar um pouco mais minha situação, o fim do inverno aqui em Sydney foi marcado com muitas gripes e viroses bem estranhas. Fiquei sabendo que no primeiro ano de uma escola bem grande aqui no bairro teve semanas em que apenas um terço dos alunos compareceram. Para minha sorte, ou melhor dizendo, falta dela, muitos coleguinhadas da Sandra da pré escola tem irmãos nessa escola e é claro que ela acabou pegando uma dessas viroses, e é claro que acabou passando para o irmão, e infelizmente a mamãe acabou pegando também. Com sorte o papai escapou dessa, ainda bem porque homem com gripe é dureza né?

Enquanto as gripinhas do Victor atrapalharam e muito meus planos de ter um bebê adormecendo sozinho desde o dia Um, a minha gripe acabou por resolver os adquiridos hábitos do bebê de adormecer apenas nos braços da mamãe.

Durante os três primeiros meses mantive o Victor o mais próximo de mim possível. Pelos motivos citados acima e também porque adoro ter meu bebê no colo, pena que ele é tão grandão e pesado para as minhas costas problemáticas. Levei na esportiva os maiores desafios, a recusa dele de ficar no carrinho ou bebê conforto sem berrar e a impossibilidade de descansar durante o dia, de dormir enquanto o bebê dorme.

Moro longe da família, tenho minha irmã aqui por perto que me dá uma mão sempre que possível, mas ela é super ocupada, estuda e trabalha muito. Temos uma faxineira que vem duas vezes por mês e amigos prestativos, mas que recorremos só quando é urgente mesmo como na semana em que fiquei acamada.

Sendo assim logo no segundo mês de vida o Victor já era acordado de suas sonecas ou privado delas para idas e vindas à pré- escola e grupos de brincadeiras da irmã. Concluí que ele iria ter que se adaptar à rotina da casa. Isso talvez tenha suas consequências, a Sandra, assim que aprendeu a adormecer no berço e teve uma rotina estabelecida já dormia a noite inteira, já ele ainda acorda pelo menos duas vezes por noite apesar de saber adormecer sozinho.

Digo brincando que ainda não domamos o sono dele. Conhecimento de técnicas não me faltam, talvez um pouco mais de consistência, um lugar mais tranquilo para ele, ou talvez, seja apenas o estágio de amadurecimento em que se encontra. De qualquer maneira aprender a adormecer no berço e de grande valia.

Há uns meses atrás, seguindo o ritmo mencionado, nosso pequeno só adormecia de um jeito. Para a infelicidade das minhas costas era passeando no colo da mamãe. Coloquei em prática a exterogestação. Fiz o meu próprio carregador e o usava como um canguruzinho praticamente o dia todo. Foi uma experiência incrível, um bebê super calmo, tranquilo, sem cólicas e risonho, mas os quase oito quilos de bebê tirou o encanto do meu conto de fadas.

E isso aconteceu bem quando fiquei doente, uma virose daquelas, de derrubar, a ponto de ter que ligar para minha amiga buscar a Sandra na pré escola pois não tinha condições nem de andar nem de dirigir. Muito menos de ficar andando pela casa carregando o bebezão de 8kg para ajudá-lo a adormecer.

Voltei a colocá-lo no berço, mas é claro, ele não conseguia ainda. Começou a chorar muito, mas eu não achava que era o momento de deixá-lo chorando para ap
render adormecer sozinho. Na verdade, prefiro ir em etapas e minimizar o choro ao máximo e só usar as técnicas de deixar chorar se for o único jeito, quando todos os outros falharam. Como estava muito acostumado a adormecer em bastante movimento, o embrulhei cuidadosamente, coloquei o barulhinho como de costume e gentilmente balancei o corpinho dele ali mesmo na caminha. Funcionou!! Ele começou a fecha o olho e dormiu. Ele tinha 3 meses e meio.

Hoje, sigo o mesmo ritual, mas raramente dou a balançadinha pois agora ele já tem mais controle das mãos que não estão mais guardadas no charutinho e segura o cobertor que gosta. Sim, ele já elegeu seu objeto de transição. Não é maravilhoso?!

O bebê mais feliz do pedaço é a tradução do livro The Happiest Baby on the Block

2 comentários:

  1. Olááá
    Gosto muito do seu blog e gostava de colocar uma questão: na sua opinião qual o melhor método para um bebé de 6 meses dormir a noite toda.
    Obrigada
    Sónia

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  2. Olá Sónia,
    Obrigada,
    Acho que depende do bebê. Vou dividir em três grupos.
    1- Bebês que não sabem adormecer sozinhos e por isso quando acordam a noite choram.
    2- Bebês que acordam porque tem fome a noite.
    3- Bebês que sabem adormecer sozinhos, mas que criam hábitos de acordar
    Os bebês do grupo 1, em geral, tem o costume de adormecerem mamando ou sendo ninados então quando acordam no meio da noite choram em busca da mesma condição que os ajudou a adormecer. Neste caso, basto ensiná-lo a adormecer sozinho e muitos naturalmente dormirão a noite toda. Acho que os métodos de deixar chorar são eficientes em mais de 90% dos casos porque da a oportunidade do bebê de aprender a se confortar sozinho, mas muitas vezes deixar chorar nem é necessário. Com o Victor fiz uma transição bem suave. Ficava ao lado do berço dando uma balançadinha nele, funcionou. então aos poucos fui diminuindo até que hoje só fico com ele no colo cantando um minutinho, ponho no berço e saio. Ele adormece sozinho.
    Grupo 2- Aos seis meses é normal alguns bebês precisarem de uma mamada noturna, a melhor e mais suave estratégia para cortá-la, na minha opinião, é ir diminuindo um pouquinho por dia até parar.
    Para aqueles bebês que acordam todos os dias no mesmo horário, dá para, em vez de esperá-lo acordar, acordá-lo uma meia hora antes, alimentá-lo e por de volta. e vai fazendo isso aos poucos até chegar num horário aceitável. Por exemplo, 4, 3:30, 3, 2:30, 2:00, 1:30...
    Bebês do grupo 3- Meu pequeno Victor. Na verdade, ele tem um pouco de grupo 2, mas criou o hábito de acordar. E certamente o fato de que dividimos o quarto e tenho berço acoplado a cama também não ajuda. Meus planos são, numa sexta-feira, quando ele acordar em qualquer horário entre meia noite e 6 quem acode é o pai cortando assim o hábito de mamar nesse horário. Se não der certo e ele já estiver bem estabelecido nos sólidos aí terei que usar um método de deixar chorar.
    Espero que minha resposta seja útil.
    Obrigada por participar do blog
    Fabiana

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